Para começar a refletir sobre as tendências de gestão empresarial é preciso olhar para a realidade atual. Ela é repleta de desafios, apesar dos promissores avanços em tecnologia e em outras frentes.

Interrupções na cadeia de suprimentos global, inflação e instabilidade geopolítica continuam impactando as empresas. E, muitos estudiosos afirmam, provavelmente seguirão dando a tônica dos 365 dias que marcam a metade da década. 

É também por isso que é muito importante que empresários, gestores, estrategistas e demais profissionais fiquem atentos ao que vem por aí.

Nós fomos pesquisar e trazemos, neste artigo, um compilado de dez tendências que não podem ser ignoradas.

Confira!

10 tendências de gestão empresarial para 2025

VENDAS & MARKETING

1. Negociações em formato híbrido

Em 2025, finalmente as vendas híbridas vão se consolidar. Elas são, basicamente, as operações comerciais nas quais interações virtuais são combinadas.

O que os especialistas apontam é que compradores corporativos e também consumidores finais estão mais confortáveis com relacionamentos à distância. Logo, em muitos casos, vão preferir que parte de uma negociação seja videoconferência, por exemplo.

→ Vendedores e representantes que aproveitam o formato híbrido têm resultados 20% maiores, aponta a McKinsey.

2. Inteligência Artificial nos processos comerciais

Neste ano também o uso da IA deve se intensificar no dia a dia dos departamentos de vendas. Isso seguindo o que já vimos em 2024, mas com um grau maior de maturidade por parte dos diversos atores envolvidos.

Desde o uso do ChatGPT para formatação de pitches, apresentações e e-mails de follow up até automação sofisticada em diversas atividades. Passando por um aumento no potencial analítico dos profissionais e por personalização de abordagens.

→ Equipes comerciais que melhor que fazem uso estratégico da Inteligência Artificial já conseguem reduzir custos operacionais em até 32%, afirma a Deloitte. 

3. As compras autônomas ganhando protagonismo

O hábito de comprar eletronicamente chegou aos compradores corporativos tanto quanto aos consumidores finais. Ele será bastante determinante em muitos setores, segundo estudos recentes.

Basicamente, por meio de e-commerce, marketplaces e outros canais virtuais de negociação, os decisores de aquisição farão seus pedidos. Eles estarão bem mais propensos a negociar sem interação humana.

→ 33% dos compradores B2B dizem preferir negociações autônomas — sem falar com um vendedor —, demonstra estudo da Gartner.

4. Vendas, Marketing e Serviços unidos pelo ganho de mercado

Também o alinhamento mais estreito entre Vendas, Marketing e Serviços é uma das tendências de gestão empresarial para 2025. 

Essa iniciativa, chamada de Revenue Operations (RevOps), diz respeito à integração dessas áreas no esforço de expandir resultados. Com ela, são quebradas as barreiras interdepartamentais e, ao mesmo tempo, a experiência dos compradores é melhorada.

Em um único processo de vendas, vendedores, analistas de Marketing e operadores de Serviço de Atendimento ao Cliente atuam em conjunto, por exemplo. Eles tornam a prospecção, o fechamento do negócio e o pós-venda bem refinado — em muitos casos, sem que o comprador se dê conta dessa união. 

→ Ao menos 75% das companhias B2B de maior crescimento em 2025 vão trabalhar de acordo com os princípios RevOps, estima a Gartner. 

5. Multicanalidade e estratégias de upsell e cross-sell

No ritmo previsto para a macroeconomia, uma das tendências de gestão empresarial para 2025 é o foco na carteira de clientes já conquistada. Isto é, as companhias intensificando o aumento do volume de pedidos e do ticket médio dos compradores com os quais já se relaciona.

Lembre-se: Upsell é a venda de produtos ou serviços adicionaisCross-sell é a venda de uma versão mais cara ou avançada.

Para tal, muitos especialistas indicam intensificar a estratégia omnichannel. Ou seja, criar novos canais e integrá-los para uma experiência unificada — estabelecer pontos de contatos convenientes para o cliente. 

→ Iniciativas cross-sell e upssel já representam entre 10 a 30% da receita do e-commerce global, de acordo com a Forrester. A multicanalidade estará presente em 80% das maiores negociações B2B em 2025, projeta a Gartner. 

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FINANÇAS

6. Financiamento mais escasso e com juros maiores

O valor da receita recorrente mensal está mudando, com investidores buscando evidências de longo prazo para indicar a viabilidade de um negócio em um mercado cada vez mais competitivo. 

Essa mudança levará empresários e gestores a enfrentar desafios de financiamento em 2025 e, acreditam muitos especialistas, nos próximos anos até o final da década. 

Diante disso, modelos de precificação baseados em valor de oferta e experiência do cliente são diferenciais competitivos muito importantes.

→ No primeiro trimestre de 2025, a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) deverá chegar a 13%, estima o boletim Focus do Banco Central. 

7. Gestão financeira em tempo real

Na área de Finanças, o controle em tempo real vai definir a competitividade de organizações de todos os portes em 2025. 

Há inúmeras consultorias apontando que longos espaçamentos entre relatórios já não dão conta da necessidade de tomar decisões estratégicas com base em orçamentos, controle de custos, e avaliação de retornos sobre os investimentos.

O mais indicado agora é ter meios de cruzar dados financeiros rapidamente e obter alertas automatizados. Dessa forma, em tempo hábil, pode-se prevenir riscos e realizar os ajustes necessários.

→ Os times de finanças precisarão fornecer insights em tempo real enquanto ainda entregam relatórios cíclicos de forma eficiente, declara a Deloitte.

RECURSOS HUMANOS

8. Humanização frente à automatização extrema

Cansaço digital, fadiga informacional… Tudo isso já está em diálogo nos boards executivos, e deverá ser ainda mais debatido em 2025.

Diante da automatização dos fluxos de trabalho, as organizações terão que encontrar meios de “re” humanizar suas relações com funcionários.

Isso vai desde a flexibilização dos locais de atuação já em curso (no escritório, em home office…) até o foco no bem-estar físico e mental. 

→ As empresas vencedoras serão as que melhores facilidades e senso de pertencimento gerarem, prevê a Bain & Company.    

TECNOLOGIA

9. IA como novo imperativo na corrida competitiva

Não tem para onde fugir: a Inteligência Artificial já se mostrou indispensável nos mais variados tipos de negócios. Em 2025, ela seguirá permeando modelos de negócios, operações, comunicações e o que mais se imaginar nos ambientes corporativos.

Assim como aconteceu com os primórdios da internet, somente as companhias que abraçarem ferramentas e serviços sob o guarda-chuva da IA continuarão competitivas. Inclusive, já se fala na IA como mecanismo de receita e, portanto, como diferencial competitivo.

→ Até 2030, a expansão do mercado brasileiro de softwares, hardwares e serviços de IA deverá movimentar US$ 16 bilhões, declara a Statista.

10. Atenção redobrada para a proteção de dados

Com a adesão da Inteligência Artificial e outros recursos modernos em alta, surgem novas preocupações com a segurança da informação. Inclusive, já está em tramitação no Congresso Nacional o projeto de lei de regulação do uso da IA. 

Lideranças de TI e negócios deverão retomar o cuidado minucioso com a proteção dos dados corporativos. Seja se certificando de adotar ferramentas e serviços de fornecedores confiáveis, seja investindo em mecanismos mais sofisticados de prevenção a fraudes e ataques cibernéticos.

→ Maior mercado de TI na América Latina, o Brasil deverá movimentar US$ 4,47 bilhões até 2029 em soluções de segurança cibernética, projeta a Statista. 

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